A arte da Madrugada

 

A madrugada chama, dela sou amante,

A madrugada acorda-me a arrebentar o silêncio.

A música que toca é lembrada nos ouvidos.

Por instantes debruço no tempo artes e visgos.

 

Arquiteto momentos da arte pura do belo

Ela está no quadro da parede, no bibelô,

Na criança que dorme, no romance lido.

Ela está nas horas que desperto mitos.

 

A madrugada e seus mistérios intríssecos,

Acordo para ela porque tenho fome voraz.

Fome de calmaria para nascer em mim a paz

Para criar, projetar antes do romper do dia.

 

Quero comer todos os saberes e soltar

Na madrugada fria horas da arte de amar.

Quero desenhar a sorte e beber o destino

Nas linhas imagéticas de Platão o sonhar.