No Balanço do Mar
No balanço do mar, no jogar da rede
Ficou a juventude aventureira das auroras,
O por do sol, a lua cheia em perdidas horas.
No balanço da saudade ficou os segredos.
No alto mar de mim pesquei as tardes pares.
Joguei a rede, colhi a sorte ao voltar a terra.
No balançar da vela o meu adeus ao passado,
Passado que relembro sentada nos arrecifes.
Nas madrugadas pescadores levam a rede,
O alçapão, a vara de pesca e meu coração.
Trás a saudade coberta de rendas, de algas,
Pérolas das ostras e mistérios escarlates.