Canto da Asa Branca

 

O sabor do cajá faz a boca salivar,

As letras escorregam no sabor do araçá,

A tua voz assobiando é canto de sabiá,

A trazer ritmo doce, palavras, melodias

A rimar prazer e dor, tristeza e alegria.

 

Ha sabor de gente de todo canto da terra

Que se aglomeram em volta do trovador.

Trazem histórias, que dá gosto de ouvir e ver,       

É sabor brasileiro que dá gosto de se ter.

 

Tem o sabor de manga, goiaba, caju, mangaba,

Sabor das letras vertentes, das emboladas,

Dos seresteiros, sertanejos e tupiniquins.

Tudo passa na viola dos repentes aos xaxados,

Dos sambinhas e ao baião de Luiz Gonzaga

 

Ah! saudade danada dos cantores da noite

Da serenatas, do bordejos da praça.

Menina, vem pra roda cantar os cantos da terra,

Encanta com a tua beleza a nossa mãe natureza

Acorda com teu gingado o povo da redondeza.

 

Menina, mostra a tua alma brejeira

No rodar da tua saia ha raízes sertanejas.

Venha pra cá seu moço traz a viola

E a sanfona, acorda o Rei do Baião de novo. 

 

Terra, fogueira tudo ardendo céu acima

E pra Deus ele pergunta: Por que tanta judiacão?

Com o fogo nas ventas ele toca a sua sina,

Gado, vaquejada que contraste de senão,

Perdido lá para o norte foi-se com o seu alazão.

 

E a irigação tem gosto de melodia

Está na boca dessa gente que canta com  alegria.

Luiz Gonzaga, a tua voz ecoará sempre

O cantar da Asa Branca, volta Asa Branca

Volta nas asas da harmonia.