Sorte Astuta

 

A muito que me deixei ser levada,

Levada pelo capricho desse destino parvo. 

Ele me adoça os lábios com a seiva das flores

Pra depois abandonar-me no amargo fel.

 

Sou desejada pela sorte astuta

Que me toma sem saber se quero

Beber desse mar revolto em fria boca

Sem ter a certeza do que me espera. 

 

Espero no cruzar das tortas linhas,

E nas curvas das estradas longas e largas

As mais lindas e intensas alegrias

Solta entre belas primaveras.