Agenda 22
Árvores do outono a embalar manhãs e noites frias,
As aves presenciam as folhas amarelarem,
Caírem e reviverem como estrumos.
As folhas não morrem nem um segundo.
Sonho das raízes: o beijo das folhas
Em suas ramificações.
Areias, pedregulhos, minhocas, imbuá,
As almas subterrâneas a se fortificarem.
A ciência dos homens se recolhe,
Diante de tal beleza cristalina,
Árvores que se alimentam do solo,
Homens que se alimentam de seus frutos.
As árvores e os homens enraizados no universo
E o nublado dia a correr nas veias da terra.
Homens que são a verdadeira história da natureza, enraizam seus temas pela sustentabilidade.
Pelas fronteiras dos olhos humanos,
Há o medo do abandono e da desertificação.
O homem abraça o caule a terra,
planta e a cria. Não pode ser indiferente;
Firma o presente, colhe o passado.
As árvores mãe em extinção enraizam.
Nos homens a sua suplica e o homem
Em seus pensamentos, diante dos carvalhos,
Olham o relógio de segundo em segundo
E aciona a Agenda 22 para acordar o mundo.