A perene flor do amor. 

 

A frágil flor do amor, lindamente, aflora sob os primaveris zelos da natureza,

Mas eis que há os sucessivos e necessários ínterins das estações, a gerar um desafiante e vicioso círculo, onde revezam-se vidas e sobrevidas…

Assim, algumas flores entregam-se aos desígnios de seus outonos, outras distraídas, inutilmente resistem… se traem ao se sentirem perpétuas nos ilusórios solstícios...

As prevenidas perfumam e atraem as eternas primaveras…

Mantêm-se  pelas férteis monções da fecunda e propensa estação…

E aí, não perdem o viço, a fragrância, a beleza…

Resistem… florescem como se sorrissem.

A flor do amor é muito mais amor do que flor…

Vence as intempéries que lhe agridem a beleza,

Ao tentarem lhe tirar a essência, deflorar-lhe, 

Expô-la nua ante os olhares nelas fitos de seus galantes colibris… 

A flor do amor não se abate e nem murcha, busca sobrevivência em quem gentilmente lhe rega, admira, cheira e beija...

E ao tempo resta devolver-lhe as arrancadas e confiscadas pétalas.

A verdadeira flor do amor não morre,

Apenas muda de mãos.. ou de mundo.