O tempo e o vento
(Samuel da Mata )
Ando perdendo amigos para o vento. Não para o vento da vida, este na verdade os carrega, mas deixa em mim a essência deles que se materializa em saudades e gostosas recordações. Estas os trazem à vida, ainda que só na minha imaginação, mas me fazem sentir feliz simplesmente por terem existido.
Muitos se vão e se foram sem que eu os possa ver de novo. Mas não se perderam, estão de fato comigo na minha forma de ser, de amar e ver a vida. Com cada um deles aprendi um pouco sobre a fé, gratidão, humildade e aquilo que de fato nos é essencial. Às vezes sorrio, por vê-los representados em mim em algum gesto espontâneo.
Triste é perder amigos por vendavais de malignidade e desvios do caráter. Aí sim, dói. Não pela partida, mas por ver a lacuna da saudade preenchida por nojo e descrença. A nódoa do desengano o tempo não apaga,. Esta sangra e se cristaliza como resina de árvores feridas.
Um bom dia para todos os meus amigos, que a brisa dos sonhos nos façam reviver saudades que se traduzam em belos sorrisos, ainda que para outros pareçam loucura, mas a nossa alma conseguirá de fato interpretá-los.
Um forte abraço.