Plantas dos Pés Não cruzei a calçada sem dá conta do espaço , Não fiz voo livre sem dar conta do cansaço. As plantas dos pés firmam onde tem agasalho, Por onde quer que eu ande tem destino e atalho. Nas rodas do mundo eu versejo, traço miudinho. Palavras do berço recorto , junto pedacinhos. Passeei pelas bordas do mundo e emendei risos, Parei no trânsito, para um estranho dei um sorriso. O que há nas ruas seguintes, nas calçadas vazias? O que passa nos aglomerados de noites frias? Quero a mão do mundo para comer memórias. Fazer valer , nas bocas ansiosas. a minha história.