Ilha Bela - SP
Enquanto os raios solares bocejam sobre as águas,
Ventos maviosos sopram,
As ondas formam montículos luminosos,
Sobem os mastros,
Jangadas, barcos e velas apostos,
À espera da canção que os fazem dançar,
Em sonolento ou proceloso,
Baixo e alto mar.
Matas intocadas escondem casarões charmosos,
Pássaros em revoadas,
Trilhas que dão em casas comezinhas,
Singeleza celestial,
Rendem-se à colcha verde / azulada.
Está lançando o espetáculo matinal,
Belas vistas,
Em Ilha Bela,
Paraíso ecológico,
Olhar no horizonte,
Mãos estendidas,
Bênção de São Sebastião.
A vida por ela Mesma
Aliando necessidade com força do instinto, a garça aprendeu que pescar é exercício de paciência. Então, com as pernas varetas e o bico longo, chega cedo, por vezes mais cedo que os primeiros raios solares e prosta-se parada, estática, inerte na margem do riacho, contemplando o nada. Logicamente, o contemplado por Ela, é o nada para quem não entende de mimetismo; até que um peixe desavisado entregue-se ao seu apetite voraz, fato que não ocorre sempre, afinal, não é toda hora que peixes querem ser comidos vivos.
E nem ser comidos mortos. Porém, quem projetou o mundo e seus usuários, o fez pensando na interdependência alimentar mutual. Para Ela, isso basta...
Todos os dias a garça está lá, presente e confiante na beira do riachinho; e se naquele dia de paciente espera a proposta não se concretizou, volta no dia seguinte com a mesma estratégia, com o mesmo propósito, com o mesmo interesse; e de tanto insistir, quando menos espera, é recompensada com uma refeição fresquinha, bem temperada, deliciosa.
Pela exaustiva paciência, aprendeu que o elementar para sobreviver não exige tanto mistério, quando se dispõe da crença que ontem foi conquista superada; e perseverança que amanhã superará hoje.
E entre hoje e amanhã, altos e baixos, superação e conquista, gira o carrossel no parque de diversão da vida; pois, alimenta melhor e vive mais, a garça que brinca com os desafios diários.
Pecado Bíblico:
"Conhecerás a verdade e a verdade vos libertará".
Jamais haverá liberdade, onde a conduta, as palavras e os pensamentos, são desonestos.
Por sinal, em outra passagem, a Bíblia cita que "peca-se por atos, palavras, pensamentos e omissão".
Mar, (re)Volto Mar!
Para toda fortaleza,
Existe uma distância milimetrada,
Determinando o mínimo tempo,
Para o fim da cantiga falada,
Marulhamento em opereta.
Em insolentes procelas,
O mar se levanta ao longe;
E trazendo na bagagem mistérios indecodificáceis,
Desmancham-os nos rochedos.
Semelhante diferença da vida,
Canoas, jangadas, navios, barcos, velas,
Desfazem-se,
Mas, voltam a se remar,
Em um coração manso,
De revoltoso mar.