Tempestade em mim
Estou a divagar nessas horas infinitas, onde o silêncio me agride os ouvidos, por conhecer tua voz e não ouvi-la gritar como eu gostaria que fosse...
Mergulhada nessas águas indigestas, eu tento encontrar o eixo entre razão e emoção...
Hora flutuando, hora submersa, sob as ondas de mim mesma, eu fujo da calma. Tanto já aprendi com minhas águas de fúria, pela inconstante entrega daquilo que sou, porque sempre sou...!
Não há mistérios em meu sentir; não há mesquinharia em meu gostar; e meu amar não conhece o medo de se doar, porque ele é forte como um furacão!
Eu tenho farpas nas mãos, tenho calos nos pés, e isso não me tira o ônus de ser inteira e amar ainda que eu me despedace um tanto a mais todos os dias...
Eu não me entrego aos poucos, mesmo porque, eu não sei o que é "ser pouco". Eu sou intensidade! Sou tempestade, por vezes indegesta, mas, que sabe que não vive de "frestas em frestas"... aqui, dentro de mim, só cabe quem me penetra a alma.
Se não compreendes meu jeito de amar, é porque nunca me conheceu. E enquanto meu peito aberto permitir tua entrada em mim, terás a melhor chuva que eu puder te ofertar, daquelas que lava a alma, levando embora toda a sujeira e peso.
Apenas sinta e permita que eu "continue tempestade" em você por toda a vida. E se não puder ser, me deixe viva, pois, eu não sei escorrer, transbordar, sem antes voar.