A socialização que Encanta
Em alto mar, um monumento natural rochoso se levanta das profundezas abissais, abrigando gaivotas, flamingos, garças e muitas outras espécies de aves marinhas.
Ordeiras, vez para outros bandos, formam uma fila indiana e sobrevoam a imensidão de águas, as quais, predomina a tonalidade verde. E o contraste natural de cores mais parece um arrebol.
Um céu azul, acolchoado pelo algodoal de nuvens que mesclam o branco, cinza e fachos alaranjados, devido o sol enviezado que se esconde tacanho atrás do monumento, completa o cenário.
O cordão aviário inicia a apresentação acrobática. Perfilam lado a lado e após fazerem uma mesura para o público apreciador, separam-se, tomam distância e num vôo extasiante, debicam na supefície d'água. Uma a uma, até a última, o ritual vai sendo, rigorosamente, cumprido. Ginástica ritmica perfeita!
Ao mar, à vastidão de água salgada, cabe a trilha sonora de notas suaves e lentas que se formam do nada, atingem estágios maiores e vão avançando, avançando e desfazem-se no rochedo. Respingam nas folhagens. São leves carícias de um mar marulhento, mavioso mar, sonoro marulho de encantamento.
De águas azuladas ou esverdeadas, a vastidão do mar é tão plácida quanto a imensidão de um céu de várias nuances de demasiadas cores e tonalidades.
Findado a apresentação, os bandos de aves e pássaros perfilam de asas abertas um ao lado da outro; e após nova mesura em agradecimento ao público, levantam vôo em fila indiana. Atingem o penhasco. Pousam nos galhos; e o resplendor de luzes e cores refaz-se.
Não é sempre e em qualquer lugar que o Jardim do Éden se desprende das alturas e apresenta-se ao homem, por isso, deve-se estar atento, de olhos arregalados às sutis dicas que nos vem, de quando em quando. Mas para captar o oculto, ouvir os ecos do silêncio, é primordial e regra básica. Ruídos e alaridos, apenas da paz serena.
E quando o facho de luz despontar no firmamento, resta aos homens comuns de olhos perspicazes, apreciar imoderamente o belo espetáculo natural.
Ou mesmo, o imemorial espetáculo celestial na Terra; soberba socialização natural!