Sobre o amor ingênuo

Do inocente amor ingênuo

Do amor ingênuo ficou a inocência.

Ficou a doce esperança de eternidade.

Ficaram as palavras que acalentaram e não suportaram as tempestades.

Do amor ingênuo ficaram pedaços dos desejos que atraíram e depois cavaram um abismo.

Ficaram algumas verdades que nunca fizeram uma real diferença entre o amor e o desamor.

Ficou a companhia de momentos inesquecíveis que sempre incomodarão a paz e a serenidade.

Do amor ingênuo ficou o beijo sem festas, ficou o abraço sem esperas, ficou a esperança perdida, o abandono nunca esperado.

Do amor ingênuo guardei somente lembranças, nenhuma foto, nenhum presente, nenhum lugar especial, apenas frugalidades.

Meu amor ingênuo ficou adormecido na criança que se nega a crescer.

Meu amor ingênuo aqueceu enquanto era fogo, acolheu enquanto era abrigo, preencheu o vazio enquanto era coragem, desabrochou virtudes enquanto era frágil.

Meu amor ingênuo se perdeu, nunca amadureceu!