O enrugar do Tempo Não tenho presa, nem estilo, Tenho sede, tenho fome, Tenho o tempo ainda menino. Tenho as sílabas aflorando da boca E as loucuras que saem tão fosca Correndo pelo vão sentido. Há um caminho solitário, um espaço, Um frio. No estender das mãos um cobertor. Há linhas e vocábulos e histórias a vapor. Por essas linhas galopo a tecer O que debrulho na alma, Dentro nada se cala, Fora são palmas, palmas. São palavras, estradas, fronteiras... E o tempo menino a enrugar a toda hora.