tudo isso
é uma linha tênue entre o que sou e o que pretendo ser, o coração transbordando, cheio de paz e o pensamento vazio, sem o peso, sem excessos
entre a alegria de sentir e a imaginação do que se quer, entre o lugar em que você se encontra e o momento o qual vivencia
afinal, não é sobre o que o tu, eu ou nós "estamos sendo", mas sobre o que "estamos sendo moldados"
se tentar escapar disso, é arrogância, erro primário
nem eu, nem você, ninguém é o que é, sozinho, muito menos completo
eu, tu, cada um de nós, só pode dizer que "está", pois o que "sou", "és" ou "somos", se faz de pouco em pouco, devagarinho
linha tênue entre uma parede prontinha, com acabamento feito e um amontoado de tijolos, areia e cimento
entre a construção, a desconstrução e a reconstrução
do que fui, do que deixo de ser, do que pouco a pouco serei
março/21