Mergulho
Como rio que flui, a desvendar os mistérios da mata, por entre caminhos sinuosos,
Assim sou eu, à procura de mim.
Ora águas cristalinas espelham a minh'alma,
Ora turvas, nem mesmo eu, enxergo a mim.
Em águas rasas, quentes, pedras, narcisos, superfícies.
Espelhos, transparência?
Mergulho ao fundo para poder me descobrir,
Nas profundezas levo vida, e desconheço existir.
Tudo é silêncio, frio, escuro, medo em ver o que jamais vi.
E ao desaguar no oceano em outras águas me diluo.
Diante do inexorável, com clareza posso ver, percebo enfim, a pequenez de ser.