Mergulho

Como rio que flui, a desvendar os mistérios da mata, por entre caminhos sinuosos,

Assim sou eu, à procura de mim.

Ora águas cristalinas espelham a minh'alma,

Ora turvas, nem mesmo eu, enxergo a mim.

Em águas rasas, quentes, pedras, narcisos, superfícies.

Espelhos, transparência?

Mergulho ao fundo para poder me descobrir,

Nas profundezas levo vida, e desconheço existir.

Tudo é silêncio, frio, escuro, medo em ver o que jamais vi.

E ao desaguar no oceano em outras águas me diluo.

Diante do inexorável, com clareza posso ver, percebo enfim, a pequenez de ser.

Méri Zilli
Enviado por Méri Zilli em 06/03/2021
Reeditado em 06/03/2021
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