ESQUECIMENTO
Era prazer apenas pela presença
Ternura e leveza, apenas.
Para muito além da pele,
Almas em simbiose e doçura
Emanavam, por vezes, desacordos.
Espinhos inesperados na relva macia.
Pequenos rancores,
Manchas no véu das ternuras.
Às vezes, o porvir assustava,
Sentiam esgarçar o fio da ternura
E pressentiam o terror da ausência,
Como quem vê definhar a avó amada
No vendaval das rotinas
O bemquerer esvaiu-se, roto.
Lentamente, apagou-se o sorriso nos olhos
E nada mais foi para sempre...
Após uma última aspereza, foram-se.
Incertos. E lentos. E trôpegos...
Mas foram-se.
Para nunca mais serem vistos.
Nem lembrados...