Contato, fragmentos de transcendência
O infinito é a ilusão dos repetitivos ciclos sem fim. A serpente que persegue a própria cauda correndo de si mesma. A vida, a morte. O tempo, a gênese, a destruição.
Ouvi os cânticos dos profanos profetas proferindo predições póstumas de profícuos sábios. A resposta final escrita nas tábuas da origem. Ouroboros anunciando o misticismo do segredo nas profundezas sombrias do meu inconsciente. A magia se fez nas sombras.
O Todo é mental, O Mestre disse. E Trismegisto abriu meus olhos diante do Macro e Microcosmo. Tomai deste cálice e desvendai o traço de União entre o homem e o universo. E assim se fez. Em meus olhos brilharam estrelas, galáxias, nebulosas. Em meu peito senti a força de um buraco negro. O que está em cima é como o que está em baixo. O que está em baixo é como o que está em cima. Era evidente.
A vibração acelerada incandesceu o meu corpo e meu espírito se fez onisciente por um vasto caminho universal. O ritmo pendular dos extremos opostos aos quais estava submetido se tornaram obsoletos durante um fragmento temporal. Eis que veio a iluminação.
Vidas e vidas progredindo e regredindo no vácuo do espaço. O vazio era apenas a ilusão do que não se conhecia. Nada é em vão. Nada é por acaso. Assentei meu espírito no cume alto da montanha e meditei profundamente, em transe. Nada e nem ninguém me tirava do estado em que me encontrava. A Serpente subiu até a minha coroa. Kundalini se fez presente. A onisciência se fez presente. E tudo se respondeu pelo Axioma da Causa e Efeito.
Completai sua missão, a sábia senhora me disse. Tu tens todas as ferramentas em tuas mãos, como O Mago. Segue teu caminho em direção ao número cinco. O Hierofante é tua missão nessa vida. Guia-te pelas estrelas. Escutai os conselhos dos Arcanos Maiores. Compreende os ensinamentos e vislumbra A Grande Obra.