Vale a Pena Pecar de Novo
As cordas do violino tilitam,
O violinista tocam-as,
O coro afinado canta,
As igrejas chamam,
Sinetas badalam,
Os dedos correm as teclas do órgão,
Pegadas desfazem-se na areia solta,
Os ventos solícitos,
As folhagens tremulam,
O sol produz a síntese de luz,
Lisas línguas deslizam,
Corpos inflamam,
O luar espiando pelas frestas,
Liberada a erupção de lavas,
Gozo hedônico por um átimo de tempo.
Passado o frenesi descabelado,
Quando viris, fortes, nervosos, inquietos,
Faz-se o rescaldo da eternidade,
Sintetizada em minutos.
Venha para pecado que Deus permite,
Venha desertor;
Pelos com pelos,
Debaixo do cobertor!
Vale a pena pecar de novo,
Velho também.
P.S.: peque, cavuque os 4 cantos, quebre a cama, faça sexo macho e fêmea, mas pelo amor ao que deve ser amado, não fecunde o óvulo. Não seja você a alegria dos políticos e cúmplice da pobreza, da injustiça, da desigualdade.
Viajando na contramão na via dos que pecam pelo "descuido" das mentes tapadas, pecar de olhos abertos e vivos vale a pena.
A verborragia,
Quanto mais d'ouvidos,
Proporcionalmente,
Descalço nas estradas,
Mais escrevo passarada,
Ouço o gorjeio da poesia.