Vale a Pena Pecar de Novo

As cordas do violino tilitam,

O violinista tocam-as,

O coro afinado canta,

As igrejas chamam,

Sinetas badalam,

Os dedos correm as teclas do órgão,

Pegadas desfazem-se na areia solta,

Os ventos solícitos,

As folhagens tremulam,

O sol produz a síntese de luz,

Lisas línguas deslizam,

Corpos inflamam,

O luar espiando pelas frestas,

Liberada a erupção de lavas,

Gozo hedônico por um átimo de tempo.

Passado o frenesi descabelado,

Quando viris, fortes, nervosos, inquietos,

Faz-se o rescaldo da eternidade,

Sintetizada em minutos.

Venha para pecado que Deus permite,

Venha desertor;

Pelos com pelos,

Debaixo do cobertor!

Vale a pena pecar de novo,

Velho também.

P.S.: peque, cavuque os 4 cantos, quebre a cama, faça sexo macho e fêmea, mas pelo amor ao que deve ser amado, não fecunde o óvulo. Não seja você a alegria dos políticos e cúmplice da pobreza, da injustiça, da desigualdade.

Viajando na contramão na via dos que pecam pelo "descuido" das mentes tapadas, pecar de olhos abertos e vivos vale a pena.

A verborragia,

Quanto mais d'ouvidos,

Proporcionalmente,

Descalço nas estradas,

Mais escrevo passarada,

Ouço o gorjeio da poesia.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 27/10/2020
Reeditado em 27/10/2020
Código do texto: T7097261
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