Ode à Chuva!
Chuva, ouro líquido, desça das nuvens ralas. Desprenda-se também das densas nuvens. Desça à Terra mansa, serena, voraz, faiscante.
Venha molhar os lençóis nos varais. Secar as lágrimas das faces. Umidificar a relva. Matar a sede de rios, lagos e regatos. Pois, esses matarão a sede de raízes, mares, animais e homens.
Chuva, fenômeno natural que transporta vida: venha e traga o frescor que ameniza a temperatura e alivia o suor da cara dos homens que trabalham pesado. Devolva o sorriso límpido das flores. Afine as notas musicais nos papos dos pássaros. Venha com o propósito de baixar a poeira. Limpar as folhagens. Purificar o ar. Sem as tuas dádivas, a primavera torna-se pálida; então, pinte os jardins com pincéis de cores vívidas.
Chuva que clareia as vistas; artesã da Natureza que não cobra nada pelos seus préstimos, quantas gotas de água, o conhecido, mas não valorizado "bem comum", trazes para encher os potes dos lares? Mas ainda que diminutas, minguadas, são bem vindas; pois, delas, de ti, dos elementos da Natureza e de Deus, somos dependentes.
Chuva, doce abundância de água, hoje, amanhã, sempre!