Retrato
No profundo relento
Jaz essa carcaça no intento
De jamais retornar à esse covil lazarento
Para não cegar - se, em tamanhos ostentos
Para não findar - se, em vis desalentos
Para não ser mártir de um Sujeito Sedento
De fama
Poder
Sacramento
Nesse pretensioso despertar
Os acordes vieram à destoar
Minha Aurora
Sufocaram e amaldiçoaram
O meu crepúsculo
Tão miserável
Tão execrável
Que transbordava deleite pelos lados
Até penhoravam à carregar,
minha carcaça bichada
Até o mausoléu da praça
... Era uma vez, neste mês
No clímax da minha lucidez
Puseram-me à dormir outra vez.