CRISTAL

Eu estava na sala de cristal no grão de ausência em nenhum lugar Sabia tudo para ignorar o nada o nada podre o único mal. Descobria você no meu segredo forçando a vista e os braços e sempre decompunha cada traço num inferno de sombras e de medos. Você nos dentes do meu riso não esperando nada. Só a chave da sala de cristal inexistia. Não esperava o sol nem me esperava. Só o escuro da noite cintilava no cristal falso: nosso falso dia.

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 14/07/2020
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