LUZ ACESA

O coração faz que dorme

O escuro sabe segredos.

O néctar amargo dos medos

Nutriz das horas solitárias

tece o enredo

Para a noite prima-dona.

É o tempo, rota de vôos

Para viajar a tristeza.

Onde vai o escuro do instante?

A alvorada descerra nas

águas do dia.

Os patuás da mandinga...

E ser nada.

Quando percorro meus porões

Ainda encontro a dor,

Acordada no breu,

Petrificada.

A boca da noite

Sussurra insônia sem fim

Para que luz, se durmo

de olhos fechados?

Eu até me esforço,

Mas,

Por mais que eu abra os olhos

E brilhe a luz,

Anoitece.

(Deixa pois, a luz acesa!)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 05/07/2020
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