Levante-se!
Acreditei que falava dialeto
Acreditei que era liberto
Acreditei que ser preto
era adaptar-se ao perfeito.
Minhas crenças eram credos,
minha cultura, folclore.
Lendas criadas para folguedos
e diversão dos pobres.
Acreditei ser muito menos
e que seu "Deus é mais"
justificava deixar pra trás
tudo, tudo que sofremos.
Preciso acordar povo
Preciso virar estorvo
Gloriar-me dos passos
contra todo fracasso.
Tome na boca sua língua
e nunca mais à míngua
morra ou viva, irmão.
Tome o seu na mão.
Quebre as correntes
Deixe-as pros tementes
Use-as pros levantes
Arme-se pros levantes!