Ghost and Alienígenas

Acima, muito acima, onde não se vê,

há um Homem de olhos atentos e braços gigantescos, abraçando a imensidão de um céu sem nuvens.

Abaixo, o avião com suas asas de prata,

Voa sabe-se lá para aonde;

Mais abaixo, revoadas de pássaros e aves fazem alvorada.

Embaixo, bem embaixo,

Em solo banhado de ouro, prata, sangue e lágrimas, segue o séquito de pecadores e deuses mortos.

Abaixo do Homem e entre todos,

Indo e voltando,

Entrando e saindo,

Amenizando as altas temperaturas,

Os invisíveis ventos sopram a manhã.

P.S.: para viver plenamente bem, tape os ouvidos e olhos; e esqueça como se está vivendo, empurrando com a barriga, a vida; e antes que a morte ou coisa parecida para ti apareça, apenas sinta o leva e traz do vento.

Além de serem a representação de Deus, refrigeram os pensamentos e acalentam os espíritos atemorizados. Só os ventos tem o poder de transmutar. Polinizar. Transportar.

Nas matas, Matas; não Mato!?

Eu ando pelo mato,

Faltando braços para abraçar troncos de árvores,

Apreciando flores.

Eu ando pelo mato,

Tropeçando em pedras,

Enrijecendo as solas dos pés,

Longe de troças, humilhação, contaminação e dissabores.

Eu ando pelo mato,

Cruzando com cobras peçonhetas.

Somos amigos:

Ela não me pica.

Como recompensa,

Ofereço à ela um rato,

E não mato.

Sorri-me,

Passando a linguinha nos beiços,

Como quem diz: "obrigado! Degustarei logo, este excelente prato".

Eu ando pelo mato,

Subindo morrarias,

Contemplando horizontes ao longe,

Tomando água pura e límpida em regatos.

Ando pelo mato,

De olhos arregalados,

Desvendando as cores do arco-íris em noites escuras.

Minha bunda surrou muitas carteiras de escolas.

Em todas elas,

Via e ouvia,

Coisas novas ou História velha,

Decorei.

Para sair delas,

Cinicamente, Eu colava,

E a minha cara sanguínea,

Nem descorava.

O que aprendi, não esqueci.

Se esqueci, não aprendi.

Com diploma, conhecimento, dinheiro ou não,

É preciso ser simples e humilde,

Para respirar uma vida complexa.

Suspire aliviado coração,

Pois, de ex-Jeca Tatu Hi Tec,

Para matuto do mato,

É hedônica leveza,

Dizer que aqui se vive,

Sem os gradis de ferros nas portas e janelas.

E para dormir,

Entorpece-se a mente com os licores,

Remédios tarja preta,

Mitigando a insônia e depressão.

Eu caminho pelo mato,

Chutando pedras.

Ao encontrar serpentes peçonhas?

Cumprimento-as com gentis afagos,

Não mato.

Como invasor,

No mato sou bicho-grilo livre,

Cada um em seu habitat,

Trabalhando ininterruptamente para o nicho ecológico,

Mais livres que Eu,

Devem ser o bichos do mato,

Donos de toda a riqueza natural,

Incluindo as florestas.

E tu Brutus,

Se és Jeca Hi Tec,

por que e para quê matas,

O caipira,

Matuto / sertanejo,

Seres vivos,

Bichos do mato,

Das Matas?

Nas matas,

Matas;

Não Mato!

Olimpíadas 2020

Ginástica Rítmica

Bandos de garças brancas batem asas:

Um de lá,

Outro de cá.

O arrebol vespertino é o juiz da competição.

Futebol

Escrever com as pernas?

Tiro de letras.

Covid-19

Morre lá,

Morre cá.

Entre Brasil e os demais países,

Veremos quem o troféu de mais mortes,

Vai levar.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 21/06/2020
Reeditado em 02/07/2020
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