PRANTO SOCORRO
O poema ignora a face que o advinha.
É a vida que ele quer
e - na encosta das fraquezas - procura-a.
Todas as manhãs
quando a boca do vento remorde alentos
há uma palavra nos nervos das árvores
que ensaia acontecer.
Ao meio dia (indecisa metade de tempo uno)
os versos
uni-versos multi-versejados
despencam das barrancas do infinito
para as águas dos rios
porque os corações anelam para sempre
o mundo pulsa para sempre
e para sempre a solidão engendra
no bosque do desencanto
poemas.
Vinde ó vós que estaveis no horizonte
vós que andáveis acarinhando cardos
com o pranto diário vinde.
Chamo-vos todos - matadores e mortos,
todos - esperançosos ou paladinos do calafrio.
A diluição das vossas caras
na luz pouca do sol ou dos quartos
será sangue para os nervosos pincéis
do poema que se desprende.
(Principiando o aprendizado da graça!)
T@CITO/XANADU