Contos sem fim ou Canto do desalento.
Reclamava do vazio
nos outros;
fazia isso com um peso
nos ombros;
Como quem tudo viu
e viveu;
Como quem não partiu
ou rompeu.
Mas antes do vazio,
o transbordo;
Se havia um peso
era o próprio;
Transbordavam-se de si
a identificar-se entre eles.
fazia-os um conto ou filme
do qual não se quer ir ao fim.
Sem vontade para continuar,
então as partidas
e os rompimentos a preservar
a chama de vida.
Chama para ir em busca
de outra história
do qual nada se advinhe
e que sua glória
Seja saber que ao final
tudo se misture
sem presente tão igual.
O agora future-se.
E agora nem saiba
quanto tempo resta
e ainda sentir raiva
o tempo ainda presta
Porque não passa
e vamos ao meio
porque é a graça
o sol vermelho
e os poderes, não temos.
Supermen que somos
em nossa Terra natal,
tudo pode ser fatal...
Onde soltar as mãos;
Pular sem paraquedas
Serem todos humanos
sem rasgar as sedas.
Poderem se emocionar
com a história sem fim
sem saberem onde andar
sem se verem em si ...
Cansado de saber
ou ter a certeza
de que pode ter
toda sua beleza.
Cansado de fazer
cara de esperteza
e justamente ser
toda sua tristeza.
Mais um dia pra viver
na companhia de muares;
Menos um dia pra ver
alegria em todos os lugares
Mais um dia pra dizer,
"Estou vivo, apesar dos pesares".