TEMPOS ASSIM
Jardim murado
Portão emperrado,
gasta-se em nada a vida
enquanto o tempo,
a ornar-te, destorce
suas formas...
Virá o cansaço morno
desatrelado da euforia.
Dá-me de beber!
Até transbordar.
Nem rio mais,
lamento a gota que cai.
Voltarei a desejar,
e tanto será mais forte,
que acenderá a pele nua,
tanto será,
que talvez destrua.
O amor não se preocupa...
Talvez haja muita noite,
verdades tristes se escondem.
Boca se realizando em outra,
perdem-se na insignificância.
Palavras proferidas,
sem a certeza do silêncio.
Agora preso pelo amanhecer,
quando a luz é suave
renasce a terra inteira
a noite, a vida esquece.
Lembra outro jardim,
uma mais bela visão...
"Respira comigo a PAZ!
É o silêncio da vida."
T@CITO/XANADU