TEMPOS ASSIM

Jardim murado

Portão emperrado,

gasta-se em nada a vida

enquanto o tempo,

a ornar-te, destorce

suas formas...

Virá o cansaço morno

desatrelado da euforia.

Dá-me de beber!

Até transbordar.

Nem rio mais,

lamento a gota que cai.

Voltarei a desejar,

e tanto será mais forte,

que acenderá a pele nua,

tanto será,

que talvez destrua.

O amor não se preocupa...

Talvez haja muita noite,

verdades tristes se escondem.

Boca se realizando em outra,

perdem-se na insignificância.

Palavras proferidas,

sem a certeza do silêncio.

Agora preso pelo amanhecer,

quando a luz é suave

renasce a terra inteira

a noite, a vida esquece.

Lembra outro jardim,

uma mais bela visão...

"Respira comigo a PAZ!

É o silêncio da vida."

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 06/05/2020
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