SINCERAMENTE ?
Carta de amor nunca escrevi,
nunca disse amar alguém.
Se algum verso já fiz
foi para o amor,
não foi para ninguém.
Não quis, pelo amor a alma ferida,
inspirei-me em outro sentimento
pois, desventura já era pressentida.
Não quero para mim,
esse infeliz tormento.
Ouço o que diz meu coração,
só meu peito conhece esta emoção,
de sufocar o amargo pranto.
Não consigo fingir espanto,
vou para longe, buscar a solidão.
Gravo pois, num verso impuro,
pensamento que penso nobre.
Embora sofra nesse mundo estreito,
caminho sem vida, caminho pobre
mas o coração...Blindado no peito.
T@CITO/XANADU