Sou tantos seres quanto não sou.
Sou tantos quereres
que possas de mim
e eu, a contrariar,
sou mais a libertar
tua fome onde já fui.
Sou contra esses seres
que gozam no fim
sem mesmo deleitar
do mais puro desfrutar
do esfomear do que flui.
Não é a explosão,
mas o comichão.
Não é a chegada,
mas a jornada.
Não é o não
nem o sim,
mas a discussão.
Isso que me fomenta
nessa vida
que sem as cores
do gozo e das dores
não se aguenta.