PAREDES NÃO DOMAM MEU SER

PAREDES NÃO DOMAM MEU SER

Estava andando na rua,
Em busca do Sol ou da Lua,
Quando vi uma mesa funesta,
Que era amarga e nua sem festa,
Por não ter mais comida pra mim.

E eu vi quando os pratos trincaram,
E foi ai que o vento soprou,
Com a farinha e as migalhas caindo,
E eu sorrindo mas mesmo sofrendo,
Vendo tudo que eles quebraram.

E no caminho que pude seguir,
Fui jogado sem dó num escárnio,
Em que nem era quatro de maio,
Mas um deboche fizeram de mim.

E naquele diário sem rumo,
Nem um prumo eu pude usar,
Com ladeiras por toda passagem,
Onde até os porões e garagens,
Não tinham parede ou lugar.

Mas minha rebeldia,
Vivida de noite ou de dia,
Conflitava e eu nem sabia,
Mas paredes não domam meu ser.

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Publicada no Facebook em 18/12/2019