Alma poeta

Ah essa minha alma poeta, tão incompreendida, mal vista!
Ah essa alma que de tão intensa se perde na solicitude pela vida. Ah essa minha alma inquieta, profunda como os abismos, extensa como o infinito, que viaja pelos espaços de mim mesma e passeia entre os espaços dos outros, numa entrega total de amor... Amor pelos homens, pelas almas caras a Deus, amor humanitário, amor maior que se doa e que a dor não teme, por saber que também o sofrimento a une ao criador.
Ah, essa alma poeta que se abaixa, rasteja, "morde como quem beija" e anseia estar ligada a toda alma. Ah, essa alma que sente a dor de toda gente, que ouve os murmúrios dos que ocultamente sofrem, padecem. Essa alma que ler o olhar e escuta os corações...
Ah, essa alma cheia de amor, que ama mesmo que imperfeitamente, mas que acima de tudo anseia pelo verdadeiro amor.
Ah, essa alma poeta que agoniza, presa dentro de mim e também liberta a voar. Essa alma que não consegue se expressar a não ser pelas letras, mas que as letras não conseguem expressá-la e as metáforas apenas pincelam o que ela entende por amar...
Ah, essa alma, salve-a Deus!

 
Márcia Kaline Paula de Azevedo
Enviado por Márcia Kaline Paula de Azevedo em 13/04/2020
Reeditado em 15/04/2020
Código do texto: T6915712
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