O INÍCIO DA RODA MARCOU O NOSSO FIM
O INÍCIO DA RODA MARCOU O NOSSO FIM
Tudo no mundo sempre gira,
Como se fosse um eixo sem fim.
Mas o que fica no giro da roda,
É uma engrenagem que move moinhos,
De fumaça e poeira, findando o jardim.
A natureza se mostra, desfolhada e desnuda,
Mas ela se mostra ao tempo como uma velha bem surda e muda,
Pois seu tempo, nos deixa sem calça ou bermuda,
Pois ela faz o verde ou desertos, surgirem tão perto,
Com folhas e galhos, ou sem o jasmim.
As estradas dos homens e da vida,
Segregam feridas, em cursos de rios bem secos assim,
Pois são sulcos, sem sucos de frutas,
Que nem mesmo os outrora peixes, mas hoje lagartos,
Rastejam de fato, pelo solo seco sem mato, já sem sombra ou rosa carmim.
E vamos rasgando a pele da terra,
Sem esperar o seu tempo, que o vento esculpe manhoso nas serras,
Pois chegamos como motosserras,
Ceifando a nossa grande aquarela, pelas estradas do fim.
Se um lado seca, é terra que racha,
Mas é o anúncio de que vem bem perto, em marcha,
Um solo que adoece, sem poder dar de volta,
O verde que já não cresce, não germina, nem brota,
Pois aqui já passou tudo em frota, das rodas que matam, sem mesa, sem cardápio ou pudim.
Ficam só galhos secos e prenúncio,
Que juntos à fumaça é o anúncio,
De que aceleramos os passos além das carroças,
E já nem temos matas e as roças,
Pois quiçá, sem regar o futuro, nem a esperança ou vida tenhamos.
E são as Marias e Marianas,
Com mesmas casas, barracos, casarões e sobradinhos.
Pois nos brumados, são barragens de água ou rejeitos,
Mas nunca serão tão perfeitos, como os lagos dos oceanos e dos mares.
O que Deus faz tem seu tempo tão perfeito,
Mas nos achamos no direito de mudarmos a perfeição.
Rasgando a terra por pura ambição,
Do que enfim deixaremos bem ao lado ou pelo chão.
Pois que na última viagem o bilhete de passagem não permite tal bagagem, que não sejam apenas nossos feitos, de acertos ou defeitos, que bordarão a nossa cama, nos fazendo levitar ou só chafurdar na lama.
Publicada no Facebook em 31/01/2019
O INÍCIO DA RODA MARCOU O NOSSO FIM
Tudo no mundo sempre gira,
Como se fosse um eixo sem fim.
Mas o que fica no giro da roda,
É uma engrenagem que move moinhos,
De fumaça e poeira, findando o jardim.
A natureza se mostra, desfolhada e desnuda,
Mas ela se mostra ao tempo como uma velha bem surda e muda,
Pois seu tempo, nos deixa sem calça ou bermuda,
Pois ela faz o verde ou desertos, surgirem tão perto,
Com folhas e galhos, ou sem o jasmim.
As estradas dos homens e da vida,
Segregam feridas, em cursos de rios bem secos assim,
Pois são sulcos, sem sucos de frutas,
Que nem mesmo os outrora peixes, mas hoje lagartos,
Rastejam de fato, pelo solo seco sem mato, já sem sombra ou rosa carmim.
E vamos rasgando a pele da terra,
Sem esperar o seu tempo, que o vento esculpe manhoso nas serras,
Pois chegamos como motosserras,
Ceifando a nossa grande aquarela, pelas estradas do fim.
Se um lado seca, é terra que racha,
Mas é o anúncio de que vem bem perto, em marcha,
Um solo que adoece, sem poder dar de volta,
O verde que já não cresce, não germina, nem brota,
Pois aqui já passou tudo em frota, das rodas que matam, sem mesa, sem cardápio ou pudim.
Ficam só galhos secos e prenúncio,
Que juntos à fumaça é o anúncio,
De que aceleramos os passos além das carroças,
E já nem temos matas e as roças,
Pois quiçá, sem regar o futuro, nem a esperança ou vida tenhamos.
E são as Marias e Marianas,
Com mesmas casas, barracos, casarões e sobradinhos.
Pois nos brumados, são barragens de água ou rejeitos,
Mas nunca serão tão perfeitos, como os lagos dos oceanos e dos mares.
O que Deus faz tem seu tempo tão perfeito,
Mas nos achamos no direito de mudarmos a perfeição.
Rasgando a terra por pura ambição,
Do que enfim deixaremos bem ao lado ou pelo chão.
Pois que na última viagem o bilhete de passagem não permite tal bagagem, que não sejam apenas nossos feitos, de acertos ou defeitos, que bordarão a nossa cama, nos fazendo levitar ou só chafurdar na lama.
Publicada no Facebook em 31/01/2019