JUNTOS, MAS SOLITÁRIOS PELO EGOCENTRISMO.

JUNTOS, MAS SOLITÁRIOS PELO EGOCENTRISMO.

Já não percebo se ela é loira, ou apenas deu reflexo em seus cabelos. Nem consigo ver o rubro que reflete em minhas retinas, na cor do tecido que lhe cobre, pois o meu olhar está pobre, egocêntrico que sou.

Meu abraço é distante, como quando sentei ao seu lado, pois meu olhar está focado no absorto virtual, que me tira o perceber até de um canto celestial.

Já não sei com quem estou, pois são tantos os teclados e canais, que até textos reais, perdem o nexo pra vida, pois não me importa mais a pérola escondida nas conchas das relações diretas, mas apenas a tatuagem que mostramos numa festa.

Meu passado não mais me importa, pois varri pra trás da porta a lama das pegadas por onde andei. Até meus livros e doutrinas enterrei, como se fossem coisas alienígenas, pois meu ego só enxerga as vaidades que cultuei.

Já não vejo nada ao lado, que não seja o instigado por aqueles que nem sei, se ao menos mesmo existem, ou se até de pé resistem ao embate bem real. Nem opinar mais vale o esforço, pois não tenho nem arcabouço por me deixar se levar, sem ao menos reagir, conhecer para inferir, e poder me expressar.

Se hoje eu quero valorar meu ministério é preciso ser real. Pois tudo que nos cerca e observa, só nos quer ver como quem enxerga tudo que é bom e natural.

Ser importante, quando somos uma engrenagem, isso é fato bem real, sem precisar de estrelato, pois o amor só vem de fato se o abraço for forte e verdadeiro, e não como um passageiro, que salta antes do ponto final.

O importante não é ser, mas fazer acontecer o que todos querem afinal, que é se permitir serem livres, mas desfrutando do convívio que abraça, acalenta e não esquece que somos gente e não imagem virtual, pois chorar num ombro amigo ou deitar no colo macio de um amor, e provedor de fidelidade, é um momento sem igual.


Publicada no Facebook em 23/12/2018