UM TATU NA CHACOTA E NA CURA
UM TATU NA CHACOTA E NA CURA
Dizem que Canastra pode ser um lugar de Minas, com suas Serras Gerais, mas não só nela nasce o Rio São Francisco, com suas águas benditas, que até Padim Ciço veio lhe abençoar. Pois lá também jorra o leite dos ubres das vacas que tornam famosos os queijos daquele lugar.
Mas Canastra, além das escarpas, são também seres de carapaças, como as que protegem um tatu, que às vezes é Peba, mas também é Galinha ou Verdadeiro, mesmo quando o tatu é brasileiro e, às vezes, seja chamado de Tatu Bola.
Já pensaram, se esses tatus, que se espalharam pelas Américas, tirassem umas férias, para um banjo tocar? Como seriam suas unhas tão curvas e grandes, fazerem os sons das cordas ninar todos os nossos sonhos, num som mexicano, para todos bailarmos?
Porém me lembro dos tapas bem secos, que nas brincadeiras nos davam nas testas. Eram chamados de pebas, como se fossemos os tolos e fracos, mas que nos tatus dão uma carne mais escura, que muitos creditam ao furar bem a terra, cavando até os defuntos de todos humanos e demais animais, que sucumbiram e juntos ao âmago da terra estão a descansar.
E até nas chacotas os tatus saem das tocas para as trilhas seguir, mesmo que sejam em trilhas de pacas onde alguns ficam a perguntar se com tantos caminhos, estradas e rumos, porquê nelas alguém vai caminhar? No que outros, de modo jocoso, respondem teimosos que caminha, caminha.
São só trocadilhos, que fazem os homens, principalmente nas mesas de bar. Muito embora o que mesmo eles gostam é, além da bebida e da prosa, poder degustar um guisado bem temperado do moço peralta, chamado tatu.
Todavia a dura realidade é que todos os bichos, que outrora abundavam, hoje vivem quase todos nas fábulas, de tanto o bicho homem caçar. Pois antes fossem apenas para matar a fome, mas a maioria só caça por esporte ou para vender, satisfazendo os instintos de predadores, sem escrúpulo algum para a conservação da natureza e a manutenção da biodiversidade, que é fundamental para o futuro do planeta.
O grande problema é que a diversidade animal também tem reflexos no âmbito vegetal, todos já impactados pelo avanço colonizador do ser humano, que sempre tratou a tudo sob o estigma do individualismo e ganância, em todos os seus aspectos.
Só é preciso enfatizar que o tatu é um mamífero onívoro e que, juntamente com o ser humano, é capaz de contrair a lepra, sendo fundamental para os estudos científicos em prol da cura dessa doença, sem falar do grande risco à nossa própria saúde.
Publicada no Facebook em 29/07/2018