GATOS NO TELHADO COM AS GATAS À MESA
GATOS NO TELHADO COM AS GATAS À MESA
Era noite de um domingo normal,
Lua cheia a iluminar o quintal,
E os telhados são pistas e ruas,
Que deixam as nossas almas nuas,
Quando os gatos miam e rosnam,
E ao mesmo tempo choram sem igual.
Foi que ele pulou por sobre a calha,
Correndo pela noite fria e clara,
Eram reflexos de um gato ou coisas nuas,
Que sem parecer se eram peruas,
Será que o mistério ainda continua,
Pois não tinham penas e sim pelo animal.
E afora o que nem mesmo ouvimos,
Que seriam rosnados dos felinos,
Sob as sombras da lua sem as telhas,
Escondem até os tolos desatinos,
De ciúmes nem sempre matutinos,
De quem não se declara ser fatal.
Só assim é que tudo se mostra,
Como um peixe exposto em posta,
Os segredos que só as espinhas,
Furam lábios, de bocas tão sozinhas,
E maculam amizades, não importa,
Pois ciúme é doença de efeito terminal.
Mas nas mesas desse inquieto quintal,
Sentam sob a lua de noites nuas,
Pois as noites que virão frias ainda,
Para o sol raiar sendo o maioral,
São as gatas somente, e não peruas,
São macias e singelas, são tempero e o sal.
De saleiras que temperam todo o dia,
Que se não fosse como a noite tão fria,
Poderia ser mesmo real ou fantasia,
Mas conflita com a dura realidade,
De quem olha as gatas com maldade,
Por querer também ser mesmo igual.
Lua cheia é fiel testemunha,
Dos ardis que são nenhuma,
Pois com drible é que se ganha,
As partidas e jogos na manha,
Fazendo de conta que não se sabe,
Que o ciúme contra o amor, é imoral.
E as gatas, como onças, estão à mesa,
Provando e sorvendo toda sobremesa,
Caldos chiques e drinques no quintal.
São beldades e são autênticas altezas,
Entre flores e cheiros, cheias de beleza,
Gatas são a chama acesa, ó Egito imortal.