E O QUE É A VIDA, MINHAS IRMÃS?
E O QUE É A VIDA, MINHAS IRMÃS?
Quando chega o último dia da semana, ficamos a imaginar como será o amanhã. Como será o nosso destino? Pois, para o nosso livro de páginas escritas e por escrever, não nos é permitido anteciparmos todos os capítulos e irmos logo para o epílogo, como o fazem todos os ansiosos e avexados, sem lembrar que esse livro da vida é imantado às nossas mãos, de modo sequencial, não nos dando chance de queimar etapas.
A vida só será mesmo Vida, se for vivida dia após dia, hora após hora, sem pressa ou demora, mas aceitando o passado como aprendizado, para ao menos termos o direito de escrevermos nossas linhas com uma borracha que só funciona no exato momento do escrever, sem efeito mágico de alterar nada acontecido, mas nos dando a chance de criticarmos as ferramentas que dispomos sobre a mesa de trabalho, com o direito de trocá-las ou lubrificá-las para obtermos talvez os resultados outros, que por ventura nos sejam mais confortáveis e almejados.
Imaginava a vida como um pedestal a se buscar, onde lá só houvesse tudo de bom que imaginamos de conforto e possível prazer. Mas o livro vai sendo folheado e escrito, fazendo com que percebamos que ele faz parte de uma hemeroteca, que está entranhada numa grande biblioteca, bem maior do que a de Alexandria, nos seus idos tempos.
Estamos com nosso livro a disputar bienais literárias a todo tempo, com todos os demais livros de vida que há. E o conteúdo está oculto ou sendo exposto, se permitirmos a nós mesmos a interação necessária para sermos classificados nesse índice bussolar de estilos de vida, onde lá estaremos buscando nos integrar.
Ser irmão unitário no meio de uma tríade feminina, é buscar integrar um quarteto imaginário e real. Ao mesmo tempo, de modo bem esperançoso, é algo fantástico, quando sabemos que temos agregados outras folhas avulsas que se aderem furtivamente às páginas e capítulos dos nossos livros, como notas de rodapé ou até parênteses no meio das frases, mas que são suficientes e importantes para às vezes inverter o sentido de tudo que imaginávamos do que já foi escrito.
E mais uma vez nos deparamos com novos domingos, recomeçando semanas, que se agregam nos meses e anos da vida, para sempre estarmos a questionar o que vivenciamos ou pretendemos vivenciar, fazendo escolhas a todo instante, diante do delta de letras e palavras que se multiplicam em setas às portas do labiríntico livro que estamos a atravessar folheando, enquanto escrevemos.
Nossas almas clamam por ações, que nos propiciarão as oportunidades para expormos o nosso livro naquela Bienal eterna, onde seremos estrelas ou meras poeiras estelares, portando estandartes ou arrastando correntes, que nos permitirão termos ou não expostos nossos livros conclusos para os futuros escritores tomarem por base ou colherem seus frutos escritos, sem mofo ou traças, como se o fossem árvores frutíferas das mais saborosas do jardim do Éden.
E o que é a vida, minhas irmãs? Se não for plantarmos, adubarmos, regarmos e colhermos o amor a todo momento, sem regras ou barreiras, sem impor condições!
Tenho andado numa estrada espinhosa e de dor, mas ainda não perdi de tudo a esperança, que cambaleia mas ainda existe no profundo de minha alma. E essa esperança eu declamo mesmo em meus mais conflitantes pensamentos, pois esse é o tênue fio em que me agarro para continuar.
Que todos irmãos se amparem no mistério de serem vindos de mães, que dos partos em suas dores, nos presenteiam com o viver. E o domingo de maio não será apenas o segundo, mas uma parte do relógio divino, que junta todos os segundos para louvar toda a criação, e o maior mistério, que é transformar minérios em vida e graça de Deus.