AS MÃOS DE LUCIENE

A delicadeza de Luciene Soares está na composição do poema e no trato com as plantas. A sua mão carinhosa só não conseguiu, até agora, restaurar o viço da flor-de-lis, não obstante as dicas do poeta e botânico Napoleon Soares. Ou, melhor, conseguiu uma vez, em que desabrocharam flores formosíssimas, mas depois quedou-se quieta, sem o sorriso próprio das amaryllis.

Quando a vi podar a mussaenda alicia, fiquei preocupado. – Meu bem, não corte as flores! (Eu pensava que as brácteas eram flores, mas depois descobri que as flores são as pequeninas). E ela respondeu: - “Se não cortá-las, a primeira chuva forte derrubará a planta!”

A poeta tinha toda razão! A inflorescência absorve muita água e o arbusto semilenhoso não suporta o peso.

Hoje, depois da caminhada, que findou com chuva, fui olhar a nossa mussaenda alicia e fiquei apreensivo. Será que Lulu terá de passar a tesoura nesta beleza? Oh, my God!