A viagem ao infinito e ao meu inferno
Eu voei alto. Vi a terra de longe, a lua e o sol. Vi todos os planetas girando em volta do astro rei. Fui além e observei a Via Láctea e bem distante em um momento pude olhar infinitas outras galáxias em aspirais. Voei mais alto e mais longe.
Com uma fúria acelerei até ficar incandescente e pude observar que todo o universo estava dentro de uma esfera metálica em constante expansão e que haviam outras dessas esferas se expandindo num mar infinito de outros universos.
Continuei meu caminho de ir mais longe. Cheguei num momento onde tudo era somente uma luz muito intensa com uma vibração forte que mexia com todas as minhas estruturas mentais e espirituais. Resisti a desintegração e vi rasgando toda essa luz um fenômeno muito mais iluminado e denso.
Estava distante de casa e de tudo que conhecia. A contemplação do infinito me enchia os olhos de beleza e sabia que não era mais o mesmo. Até que após não se sabe quanto tempo, eu comecei a sentir uma força muito forte me puxando de volta e eu lutava para não ser arrastado como um salmão que luta contra a correnteza.
Não fui forte o suficiente e bruscamente fui sendo levado de volta passando por todos aqueles lugares que já havia visto. As esferas, as galáxias, a Via Láctea, os planetas, o sol, a lua, a terra e finalmente fui arremessado para dentro do meu corpo, da minha mente.
A partir daí não fui mais o mesmo. Após absorver toda aquela energia cósmica e eterna, comecei a ver o infinito dentro de mim mesmo. E foi assim que eu descobri que não se chega ao inferno sem antes chegar ao céu (é verdade o contrário). Foi assim que eu descobri meu poder de oscilar entre os extremos. Antes essa oscilação me matava, agora me dá forças para viver. Assim me tornei infinito dentro da minha limitada capacidade humana.