Amor e dor: esta rima não fui eu quem criou
Meu coração não sobreviveu às intempéries do amor, caiu em ruínas, sempre fora vaiado pelo destino, os traços da solidão caminham perpetuamente a passos pesados. Enquanto lágrimas vorazes jorram da serena jugular ótica, a centelha da alma acende-se, fulguras sísmicas anunciam a catástrofe provocada por dois amantes, cada um em seu abismo, cada um prevendo um choque cósmico entre dois universos pré-calejados. O ser infortunado ciente está, de que amar não é sua essência, sofrer o amor é que é. Ausências são inspiração, muito mais que o apego com o objeto a qual está platonicamente alienado. Hipnoses efetivas exortam espíritos, enquanto ilusões nos colocam em transe e nos fazem crer que vivemos algo inconcebível a tatos racionalistas: o amor, encarado da forma menos grotesca e mais idealizada possível por aqueles que julgam-se “sãos”, mas sabem em seu íntimo, que não o são.