Próprio.

Não quero apenas teus beijos,

tampouco quero teus abraços.

Prefiro arranjar um jeito

de arranhar minha voz

na tua língua quente.

e amarrar as horas em nós

que tua alma não arrebente.

Não quero somente teu sexo,

muito menos te fazer um filho.

Contigo, prefiro andar sem nexo

e dançar sem os meus sentidos.

Afastar-me até perder da matilha

com meus uivos roucos e perdidos,

sem rumo, cair na tua armadilha.

Não quero apenas saber aonde vou.

Desejo nem saber se sou sem você

e se esse algo impossível insistir

que trate de não ser assim eterno.

Solitário e certo, cansei de ser.

Sou mais o que de seu possa existir

e de mim, o que há, há de te pertencer.