Falácias de um povo.
Neste dia tão branco
que toda luz ofusca
Em todos esses flancos
tomados em horas bruscas.
Em brancos dias
em que luas
já não tão frias
quanto as ruas
que bebem das veias
o sangue d'outro povo
além das cadeias
como um canto novo.
Nesses dias de "paz"
que os brancos fazem
todo progresso trás
onde os pretos jazem
onde pouco se esforçam
os valentes "benfeitores"
no altruísmo da invasão
nos egoísmos colonizadores.
Nesses dias santos
em que clamamos por vós
em que queimamos tanto
que de carvão, somos pós,
ou cinzas quentes como a lua
ao meio dia do verão
ou queimamos como os sóis
em planos de abóbadas
tão dóceis como nuvens
pelos anjos cavalgadas
nas missionárias viagens.
Nesses dias do bem
só os negros, bugres,
índios e pobres não veem
o que de santo sois brancos,
europeus, vosso sangue azul,
desconhecem, animais que são.
Requerem, ineptos, humanidade,
reparação como se fossem
o que de santo sois em mesmo tanto.