RIACHO sem sombra... Vidas tombadas! ...
Corpo cansado, mente cansada,
alma cansada, vida cansada...
CANSAÇO que o vento trás, e leva...
Árvore tombada, riacho sem sombra,
tempo seco, ar rarefeito, sofrido bioma...
Cidade escura, em plena luz do dia;
ar parado; trânsito parado; vidas apressadas...
Mata derrubada; queimadas; crianças
desidratadas; tempo seco, sem vento...
Lamento das almas sofridas, em agonias;
Semeadas vidas nos ventres das mães...
Onde está a alegria dos tempos da boa colheita?
onde estão as uvas, nos lagares, alegres pisadas?
Aonde foi parar a alegria das crianças, ora hospitalizadas?
Parece que hoje, o dia está mais seco;
a vida mais sofrida; as mentes, deturpadas...
Quero crer que é apenas a paragem do tempo;
Então ouço um hino; faço uma oração;
recito na mente um salmo decorado (121)
Então me retiro desse meu ser, ora soturno;
Saindo pra fora, olhando o tempo: nublado:
será que, enfim, irá chover? e o vento fresco
surge e me diz: pra tudo há o tempo!...
E nesse tempo de agora, me curvo; e me espero!!