Botijas de vinho tinto
Caderneta de botiquim,anoto pães e cervejas,as veses botijas de vinto tinto;
Tem salaminho italiano,peço que anote porção,e me sento,do lado de dentro!
Tenho textos e pretextos,também hoje que vi de mim, mil abismos,todos teus!!
Espero dia nascer pra saber do que seremos feitos hoje,se de sustos e absurdos;
Ou deixaremos em nossos varais,escolhas e roupas de dormir e lençóis;
Não bati ainda porta da casa nem tranquei a varanda e retirei a rede só tua!!
Caderneta de butiquim,peguei rolo de fumo,e palha de enrolar,anotei um chopp ,
Mas com estava amarga a vida,amargou-me e fiquei alí parada,tua chegada,
E correndo a noite se perdeu a espera,fui pra casa de porta de madeira,e trinco!!
Esperei-te tanto e dormi perto do calor do fogão de lenha,fiz café de bule;
Ainda vazia a casa e não voltaste,achei bilhete de papel de guardanapo de bar,
E dizia ali,que mandaria alguém buscar mala e objetos pessoais,e que tinhas
Uma nova Dona,Morena cor - jambo,e que de nós sentias saber ter murchado
Amor,mas que não me preucupasse deixaste aluguel pago de dois meses,
E que ficasse com a cama e a escrivaninha de cedro,menos tua rede e canivete!!
Acordei aflita,já dormira todo um dia inteiro,não carpiu as daninhas dos romãs,
E esqueceste sabugueiro em flor e todos os vasos de ervas sem agoar,e que dó,
Esquecestes vasinhos,mais vinte de alicrins em sol quente de meio dia às tres!!
Sendo assim,decidi queimar cocha de retalhos,das roupas tuas esquecidas,
E fiz biscoitos de polvilho e refresco de tamarindo,com fogão de lenha aceso,
Num gole de café bem coado,sorri ,muito mais leve me senti,tirastes as garras,
Então agradeci,e sorvi -me de um contentamento com a vida e acendi lampeão;
Enrolando fumo de palha,logo pra deitar,e cuidar do pomar e dos alecrins,sorri!
A vida não dependia do que um coração procura,mas só por sê-la,é bom viver!!