O FUNDO DO POÇO
O fundo do poço me acolheu,
Caloroso,
Escuro,
Como a noite ideal,
Para um sono infinito,
O fundo do poço,
Faz silêncio aos meus ouvidos,
Cansados de críticas,
Dos que nada sabem,
Do que levo dentro,
O fundo do poço,
Me poupa,
Na escuridão,
Do olhar sobre mim,
Querendo respostas,
Que ainda desconheço,
É um conforto,
Um isolamento,
Uma solidão quieta!
Mas a solidão,
Também vive no raso,
Na existência vazia,
Onde não há abraços,
No fundo do poço,
Não há alegria,
Nem riso,
Nem jogo de conversa,
Na borda do poço,
A alegria é alheia,
A conversa acontece,
Nos meus pensamentos,
E o riso é a máscara,
Escolhida para o dia.
No fundo do poço
É gelado!
Úmido,
E a saída difícil,
Na borda do poço,
O gelo é humano,
A umidade,
Vem das lágrimas,
Companheiras...
E a porta de saída,
Na Verdade,
É a entrada,
Perigosamente, acolhedora,
Para a escuridão da alma!
Irani Martins
O fundo do poço me acolheu,
Caloroso,
Escuro,
Como a noite ideal,
Para um sono infinito,
O fundo do poço,
Faz silêncio aos meus ouvidos,
Cansados de críticas,
Dos que nada sabem,
Do que levo dentro,
O fundo do poço,
Me poupa,
Na escuridão,
Do olhar sobre mim,
Querendo respostas,
Que ainda desconheço,
É um conforto,
Um isolamento,
Uma solidão quieta!
Mas a solidão,
Também vive no raso,
Na existência vazia,
Onde não há abraços,
No fundo do poço,
Não há alegria,
Nem riso,
Nem jogo de conversa,
Na borda do poço,
A alegria é alheia,
A conversa acontece,
Nos meus pensamentos,
E o riso é a máscara,
Escolhida para o dia.
No fundo do poço
É gelado!
Úmido,
E a saída difícil,
Na borda do poço,
O gelo é humano,
A umidade,
Vem das lágrimas,
Companheiras...
E a porta de saída,
Na Verdade,
É a entrada,
Perigosamente, acolhedora,
Para a escuridão da alma!
Irani Martins