Assim caminho na humanidade
Eu ando tristonho
como camudongo
em jantares de deuses
e divinas roupas etéreas.
Puído em meus choros
e ais que nem sinto mais.
Sou mesmo prendado retrato
de um sonho malfadado.
Antes cantasse um fado
mesmo um tango improvável
na minha invisível solidão.
Antes qualquer morte à vida.
Um sorriso às forças prenhes
de fugir nos próximos segundos.
Estou ou sempre fui assim,
um triste a rebuscar-se nos sonhos.
Talvez venham mais doces
e se realizem ou se deixem
como a entranha a abrir-se ao feto.
Ao fato que um dia fosse.
Ou viesse a ser não triste.
Não feliz, talvez não sentido.
Ou talvez toda razão de viver.
Essa insustentável leveza de ser.