Tanque da nação
Há trincheiras de cascalho
barricadas e cabanas
de selvagem melão
amarelos e amarelo sol.
Meninos saídos do borralho,
índios e cowboy bacanas
de icós, zarabatanas,
arcos e pesca de anzol.
Peões em tantos planos,
ou num time de futebol.
Quem se escolhe fica só?
Mais uma pelada bacana.
O cemitério ali perto
e ninguém fica quieto.
Ningué tão esperto,
Ninguém é tão certo.
No fim da estação
alguma chuva
e brincamos de peão
e há mais turma.
No tanque da nação,
há fantasmas a nadar;
há índios e cowboys
há crianças a crescer.
Lobisomens se banham;
Terreiro fazendo santo;
Sereias ainda encantam;
Meninos tocaiam o encanto.
Entre cabanas de melão,
selvagens a brincar.
A inventar mil sois
para nunca anoitecer.