Quase um Jung
Conheça todas as teorias. Domine todas as técnicas; mas ao apreciar o voo do pássaro; ao tocar em uma flor; ao beber um gole d`água límpida e cristalina; ao embeber a garganta seca no líquido solvente natural que escorre no fio da bica ruidosa e solitária; ao visualizar o imaginário dos animais; ao pressentir as almas e espíritos, o que todos e quaisquer viventes do Planeta Terra possuem, seja apenas outra alma e espírito de igual valor e teor humano. Portanto, seja excelência no trato com sua e demais almas e espíritos que circundam e fazem uso do mesmo espaço físico de suas invisíveis e sublimes dádivas divinas.
© obvious: http://obviousmag.org/ministerio_das_letras/2017/10/faltam-tecnicos-sobram-engenheiros-civis-e-arquitetos.html#ixzz4ujAtQrGg
Follow us: @obvious on Twitter | obviousmagazine on Facebook
Ou(vindo)
Ouvindo ou vindo de um bem..
Que som é esse?
Ouvi, rejeitei e nada falei.
Ouvindo ou vindo de onde vem,
Inspira, fervilha, fortalece ou mesmo endurece.
Vindo e ouvindo de quem me faz bem, ouço;
E nem sempre o calar me faz bem.
Palavras ocupam pouco espaço, são pequenas, um quase nada em relação ao que se senti em um peito que nada diz. Coração e sentimentos não se comunicam; aliás não tem tempo para tagarelar. Cada um com o seus, em seus peitos, em seus cantos, sofrem o seus tantos. Por tudo isto, palavras não ditas são mais valorosas e merecem o mais profundo respeito.
Que o seu dia desenrole na mais terna paz íntima e que ao despertar, ouça o ruído da chuva que não caiu, deixando os vidros da casa embaçados. Permita-se desaforar e esbraveje com os pios dos pássaros que não se fazem rogados: se você não os vê, certamente está sendo vista por um bem-te-vi. E que o frio na pele faça sentido. Nesses momentos de introspecção, semelhantes aos pios dos pássaros não ouvidos, o sol e a chuva existem e não se fazem notar. A derme das faces aquecem. Os sorrisos são nublados e raquiticamente esquisitos, deixando como lembrança, um clarão de lua como rastro no chão. Tudo é luz debaixo do negrume solar. Por que de toda essa (in)visibilidade? Para gritar ao mundo, dizer-te em segredo, que você é botão de flor que nasce, sempre que o amanhecer da vida renasce em você. Portanto, olhos no horizonte e para o alto e avante!