Prosa sem vida
Minha poesia não fala de vida, mas sucumbe por um pedaço de vida em muitas palavras...traduz aos meus irmãos um bocado de vida contada, ocultando sob os panos a melodia deixada.
A vida é um pedaço de castelo, podemos ou não erguer um andar, reerguer ao desmoronar, apenas levantarmo-nos e prosseguir, reconstruir, desfrutar dos bens, ocupar o espaço mais inferior, sofrer...na calada da noite o choro nos espanta, a alma emite ecos de tão vazia, os olhos parecem viadutos, enxergamos vultos, figuras do além, as manhãs são pálidas, o castelo contorna o meu eu mediante a vida, e a vida se curva...
E assim se foram os versos...para longe da vida, distante do tempo, do sacrifício, presa em meu vicio de se fazer estar.
Nem mesmo um holocausto condena essa letargia, não sinto nada, apenas admiro a distancia de milhas da qual andei e em nenhum lugar cheguei, mas deixei uma risca de prosa sem vida.