Flacidez da alma
Meus seios caídos, de ponta enrijecida, já não parecem incomodar...é onde invoco o prazer, o sugar, o ego. Mas em minh´alma ainda está: a veemencia, a inocencia, a desordem, a tristeza, a melancholia, o grito de Munch, a esquizofrenia de Lispector, as obssessões, os medos, os contra-tempos, o passado, o presente, o futuro, o rancor, as mágoas, Les frustrations, o pedido de socorro, o amargo, o falso, o poeta, a maresia em vapor, o sopro mais lento, a curva mais estreita, as pressões de todos e do mundo, um choro carregado que atravessa os pulmões...E por fim, o sofrimento, o saudoso sinônimo de todos esses sentimentos, que apenas em mal juízo me oferece todo tipo de abrigo, então eu naufrago em alto mar, terra a vista as mais diversas biritas, sufoco o ar de tanto chorar e anseio as matérias ritualisticas mais pecaminosas.
Meu cérebro é uma máquina em virtude da dor, os pensamentos paralelos não me deixam sossegar, me acusam de tamanhas atrocidades limitando que eu haja em legitima defesa contra tais acusações, como se já não bastasse a vida que levo, a dor que carrego, o futuro do pretérito, ainda assim sou manipulada verticalmente...que absurdo! assim espero que minha espinha dorsal se encarregue de desinflamar, pois a flacidez da alma, já não há de amparar o fluxo de mensagens, o coração que bate, um controle sensor, a intensa dor.