Depois.
Depois.
De tudo o que tinha em palavras não verbalizadas.
Em viagens pensadas.
Em sentires não desmiuçados.
Depois.
Do abraço da família.
Do cabelo cortado.
Da agenda reprogramada.
Depois.
De jogar fora os impulsos insensatos.
De mandar embora a culpa sem sentido.
De sentir que afora existem outras possibilidades.
Depois.
Da doação das roupas que não mais serviam.
Do olhar ao espelho sem o filtro do passado.
Do resgate necessário de si.
Depois.
Do lamentar da interrupção.
Do agradecimento pelo que se teve.
E do fim que o depois não conteve.